segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Economia no condomínio - Gestão correta de funcionários diminui até 30% da taxa

Cortar gastos reduz em até 30% a taxa de condomínio

Entre os principais desafios está a diminuição do valor da folha de pessoal
Água, luz, gás, manutenção, folha de funcionários, seguros, impostos e fundo de reserva. Não raro, a matemática dos síndicos é vencida pela lista de despesas dos condomínios, e a sonhada diminuição da taxa condominial é adiada. O desafio de cortar gastos é um dos temas que serão debatidos no 1º Congresso Norte-Nordeste de Gestão de Condomínios, nos dias  29 e 30, no Hotel Pestana.
Um dos palestrantes do evento, o diretor da AC Assessoria Contábil Condominial, o contador Ary Cabral, explica que há vários focos de despesas que devem ser atacados. Os dois principais são a folha de funcionários e a inadimplência, nessa ordem. Com ações nessas áreas e medidas de economia de água e luz, a redução da cota condominial  pode chegar a 30%, segundo Cabral.
Na Bahia, os  gastos com funcionários se tornaram ainda maiores nos últimos quatro anos, período em que o reajuste salarial da classe de porteiros, vigilantes e seguranças foi de 52%. 
"Em média, 70% (da taxa de condomínio) são para despesas com funcionários. Se o serviço for terceirizado, pode chegar a 85%", estima a gestora da Objetiva Administradora de Condomínios, Ivana Vianna.
 Cabral conta que já conseguiu baixar em 45% o valor da folha de pagamento ao substituir mão de obra terceirizada por própria.  "Os condôminos usaram a economia para obras, mas, se tivessem optado por diminuir a cota do condomínio, ela teria caído em 25%". 
Nem sempre, no entanto, vale a pena abrir mão da terceirização. Com  empresas mediando a relação com os funcionários, evitam-se  passivos trabalhistas, que pesam no bolso dos condôminos. Ivana relata que, em condomínios geridos por síndicos não profissionais, é comum o desvio de funções dos contratados, abrindo espaço para processos judiciais.
Outro problema relacionado à gestão de pessoas em condomínios é a falta de controle sobre horas extras. "Assessorei um condomínio que trabalhava com cinco funcionários e pagava em torno de 110 horas extras por mês. Mudamos a escala e caiu para 34. Por lei, a diminuição de horas extras não precisa ser indenizada. Só quando se cortam todas as horas que eram feitas pelo funcionário", explica o diretor da AC Assessoria Contábil Condominial.
Além do planejamento de escalas, o investimento em tecnologia pode ajudar a redução de gastos com horas extras e até do próprio quadro de funcionários. "Teve condomínio que passou de cinco para três (contratados) com a automatização do portão e a instalação de porteiro eletrônico e de câmeras de vigilância. Demitiram os dois porteiros que trabalhavam de manhã", conta Cabral.
Inadimplência
Ao lado da folha de pagamento, a inadimplência é um dos principais fatores que engordam a cota condominial. Segundo o presidente da Associação Baiana de Administradoras de Imóveis e Condomínios (Abadi),  Manuel Teixeira, o índice de inadimplência está ligado à administração. Segundo ele, é função do síndico conscientizar os moradores da importância de se pagarem as contas em dia.
Para a gestora da Objetiva Administradora de Condomínios, uma das medidas mais efetivas para reduzir despesas é fortalecer a comunicação entre síndico e condôminos. "O síndico, às vezes, esquece que é um voluntário, trata o condomínio como uma empresa dele e assume ações que não agradam a todos. Isso gera insatisfação e, assim, inadimplência", diz Ivana.
A cobrança dos atrasados também cabe ao gestor. "Deve ser feita de forma impessoal e rápida", diz Teixeira. Tanto pela experiência no setor quanto pelo distanciamento dos moradores, as empresas que administram condomínios têm mais facilidade em fazer a cobrança.
Além da redução da taxa condominial, outros destinos são possíveis para o dinheiro economizado, como obras de manutenção e benfeitorias à área comum, como home theater, parque para crianças, espaço gourmet e academia. Outra opção é usar o dinheiro para economizar ainda mais, com investimento em tecnologia ou nas redes hidráulica e elétrica.
Saiba como diminuir a taxa de condomínio
Horas extras
As despesas com funcionários representam até 85% dos gastos totais de um condomínio. Planejar as escalas corretamente é o primeiro passo para economizar, diminuindo os gastos com horas extras 
Tecnologia
Em alguns casos, o número de funcionários pode ser reduzido com investimentos em tecnologia, como em câmeras de segurança, automatização de portão e porteiro eletrônico
Terceirização Em geral, a contratação de funcionários sem a mediação de uma prestadora de serviços é menos onerosa. Por outro lado, a terceirização  protege o condomínio de eventuais passivos trabalhistas
Inadimplência
É um dos principais motivos de altas taxas condominiais. O síndico deve ser rápido e profissional ao tratar com inadimplentes. Administradoras de condomínio costumam ajudar na cobrança
Água É fundamental que seja realizada revisão periódica nas unidades para checar vazamentos. A individualização de água é outra medida necessária. Em média, ela reduz a conta mensal de água entre 30% e 40%. Prédios novos já têm hidrômetros individualizados
Luz
Instalar  sensores de presença, trocar lâmpadas de LED por lâmpadas fluorescentes e modernizar os elevadores são as melhores medidas para diminuir a conta de luz. Alguns condomínios do Sul-Sudeste têm investido ainda em projetos de energia limpa, como a implantação de painéis solares
Manutenção
A manutenção do prédio deve ser feita, pelo menos, a cada cinco anos. O zelador do prédio e os próprios condôminos devem ficar atentos à estrutura e aos equipamentos do condomínio para evitar problemas
Orçamento
O planejamento orçamentário é a melhor arma para reduzir a taxa de condomínio, com a previsão dos gastos. A contratação de profissionais para ajudar na contabilidade torna o orçamento mais preciso

Fonte: http://atarde.uol.com.br/

Aula de condomínio

Minha Casa, Minha Vida terá 'aula' de condomínio

Quando empurraram o cargo de síndico para Sanjer da Silva, em janeiro do ano passado, uma das primeiras medidas que ele teve de tomar foi rever a decisão do regimento interno entregue pela construtora. Era preciso alterar a regra que impedia que os carros se locomovessem no condomínio Jardim das Acácias, em Brasília, em velocidade superior a 5 km/h. "Era impossível não ser multado pelo descumprimento dessa norma", afirma.
Nesses quase dois anos como síndico, Sanjer diz que o mais problemático do cargo não é a administração contábil nem a cobrança dos calotes na taxa de condomínio, que já alcançaram R$ 700 mil em menos de dois anos de existência, mas tentar manter "pacífica e harmoniosa" a convivência entre os condôminos, cuja maioria é beneficiária do programa do governo federal Minha Casa, Minha Vida.
"A casa é minha e faço o que eu quiser" é a frase que mais escuta a qualquer hora do dia ou da noite, quando vai cobrar um morador por reclamação de barulho ou reformas que não respeitam a padronização votada em assembleia.
Para ensinar os beneficiários do Minha Casa, Minha Vida a morar em condomínios, o governo recorreu, mais uma vez, aos maiores bancos públicos - Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil. Com o intuito de não ter desconfigurados os empreendimentos imobiliários entregues pelo programa de habitação popular e para evitar conflitos entre vizinhos, as instituições financeiras receberam autorização para contratar uma empresa especializada em gestão condominial 30 dias antes da entrega dos imóveis.
Com recursos do Fundo de Arrendamento Residencial (FAR), abastecido com dinheiro do Orçamento da União, Caixa e BB se encarregarão de negociar com uma empresa a forma como se dará a gestão condominial e patrimonial do empreendimento, caso a prefeitura, que deveria fazer o trabalho, opte por não executá-lo. As administrações municipais que manifestarem desejo de fazer esse trabalho precisam entregar um plano de ação de até 60% da execução das obras - caso contrário, a responsabilidade vai para os bancos públicos.
Por um ano de assistência, a empresa vai receber até 0,5% do valor de cada unidade habitacional, ou seja, da casa ou do apartamento, cujo valor máximo financiado é de R$ 190 mil no Distrito Federal e nas regiões metropolitanas de São Paulo e Rio.
Educação
O objetivo, segundo o Ministério das Cidades, responsável pela publicação da portaria, é que a empresa, contratada pelo banco público, desenvolva um "trabalho pedagógico" com os moradores para ensinar diretrizes das atividades que devem ser desenvolvidas nos condomínios. De acordo com a secretária nacional de Habitação, Inês Magalhães, além de subsidiar a compra do imóvel, o governo tem de garantir condições para a "sustentabilidade" dos empreendimentos.
"Precisamos fazer o acompanhamento forte dessas famílias. Muitas delas vieram de áreas de extrema vulnerabilidade, de uma outra realidade, em que não era preciso seguir regras tão rígidas", explica.
Além do "trabalho pedagógico", na fase inicial do trabalho, estipulada em um mês, a empresa terá de elaborar a previsão orçamentária e auxiliar na eleição do síndico e do conselho fiscal. Depois, na implantação e organização do condomínio, terá de emitir CNPJ e abrir uma conta Pessoa Jurídica, como também auxiliar na elaboração e adequação do regimento interno. Na terceira fase, após a eleição do síndico e do conselho fiscal, a função se resume a assessorá-los nas assembleias.
 Desde 2009, o Minha Casa, Minha Vida já contratou 3 milhões de moradias, e 1,4 milhão delas foram entregues. A meta é entregar 490 mil unidades habitacionais neste ano, o que representa, segundo o ministério, 32% do total de construções de moradias no País em 2013.
Para Pedro Wähmann, presidente do Secovi-Rio e coordenador da Câmara Brasileira do Comércio e Serviços Imobiliários (CBCSI), o governo sempre se preocupou com a produção dos imóveis, mas não dava a atenção necessária ao pós-entrega das chaves. "A gestão condominial é um trabalho de gente grande. O governo deveria ter acordado há mais tempo sobre sua importância." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fonte: http://atarde.uol.com.br/