segunda-feira, 28 de abril de 2014

Racionamento de água: responsabilidade de quem?

                 
               Para viver bem, cada pessoa precisa de cerca de 110 litros de água por dia, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU). Porém, no Brasil, o consumo por pessoa pode chegar a mais de 200 litros. Esse fenômeno está diretamente ligado ao crescimento demográfico e à mudança na intensidade de consumo, com o acréscimo de mais equipamentos domésticos.

                A Sabesp, em parceria com a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo - EPUSP e o Instituto de Pesquisas Tecnológicas - IPT, detectou o consumo de água em diversos estabelecimentos. Para se ter uma idéia, em escolas públicas, por exemplo, o gasto é de em média 25 litros por dia por aluno. Em prédios comerciais , a média é de cerca de 50 litros por funcionário e em hospitais são cerca de 500 litros por leito.

                Apesar disso, a população da cidade de São Paulo já está mais consciente, segundo Ricardo Chain, gestor do Programa de Uso Racional da Água para a região metropolitana de São Paulo. "A média de consumo na cidade é de 160 litros por pessoa e tem caído com o passar do anos. Em 1997, o gasto era de 20 mil litros de água por residência em um mês. Em 2006, o valor caiu para 15 mil litros de água", afirma Chain.

                A Sabesp trabalha com campanhas do economia de água desde 1995. O Programa de Uso Racional da Água está investindo na educação dos consumidores. De acordo com Chain a empresa está oferecendo cursos e palestras para que as pessoas saibam como verificar vazamentos, como fazer a limpeza da caixa d´água, entre outros pontos que ajudam na redução do consumo. "O eventos são gratuitos e o usuário se cadastra pela internet", explica.

                Além dessa ação, a empresa desenvolve parcerias com a iniciativa privada para que as empresas produzam equipamentos que sejam desenhados para economizar.

                A Agência Nacional de Águas (ANA) também está empenhada em diminuir o consumo de água em âmbito nacional. Segundo Eduardo Cavalcanti, consultor da ANA, há um grupo trabalhando na normatização do uso da água na agricultura, outro que, em parceria com a Universidade de São Paulo (USP), criou um manual para o uso racional na indústria e também está sendo produzido um manual para conservação e utilização da água nas edificações. "Estamos trabalhando também na divulgação e incentivo do uso de medição individualizada nos edifícios. Já fizemos 17 eventos pelo Brasil em que participaram 1884 pessoas entre síndicos, projetistas, corretores, construtores", afirma.

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sexta-feira, 25 de abril de 2014

Dengue: condomínios devem ter atenção nas áreas comuns

               
O verão quando chega, traz calor e com ele, as chuvas. E com elas, a temporada de alto risco de dengue. Segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde, só em São Paulo há 283 municípios com risco alto ou muito alto de se tornarem focos de contaminação.

                Os condomínios têm um papel importante no combate ao mosquito Aedes Aegypti, transmissor da doença. Por concentrarem um número grande de moradores em áreas pequenas (nos casos de prédios residenciais), o risco de erros ou descuidos são maiores. Por isso, o papel dos funcionários do condomínio é redobrar a atenção. Cabe às administradoras estimular esse comportamento e educar ao máximo os síndicos sobre a dengue e sobre formas de prevenção.

                Não basta, no entanto, que os cuidados sejam restritos aos apartamentos ou casas de cada morador. As áreas comuns também devem ser fiscalizadas regularmente.

Veja algumas dicas:

                - Ralos externos e canaletas de drenagens para água da chuva: usar tela de nylon para proteção ou colocar sal semanalmente.
                - Ralos internos de esgoto: colocar tampa abre-e-fecha ou tela de nylon (trama de um milímetro) ou, ainda, duas colheres de sopa de sal, no mínimo, semanalmente.
                - Lajes e marquises: manter o escoamento de água desobstruído e sem depressões que permitam acúmulo de água, eliminando eventuais poças após cada chuva.
                - Calhas: manter sempre limpas e sem pontos de acúmulo de água.
                - Fossos de elevador: verificar semanalmente se existe acúmulo de água, providenciando o escoamento por bombeamento.
                - Vasos sanitários sem uso diário: manter sempre tampados, acionando a descarga e semanalmente; caso não possuam tampa, vedar com saco plástico aderido com fita adesiva. Não sendo possível a vedação, acionar a válvula semanalmente, adicionando a seguir duas colheres de sopa de sal.
                - Caixas de descarga sem tampa e sem uso diário: tampar com filme plástico ou saco plástico aderido com fita adesiva.
                - Pratos e pingadeiras de vasos de plantas: substituir a água por areia grossa no prato ou pingadeira, até a borda.
                - Caixas d água: mantê-las vedadas (sem frestas), providenciando a sua limpeza periodicamente.
                - Piscinas em período de uso: efetuar o tratamento adequado com cloro.
                - Piscinas sem uso frequente: reduzir o máximo possível o volume de água e aplicar, semanalmente, cloro na dosagem adequada ao volume de água.
                - Recipientes descartáveis: acondicionar em sacos de lixo e disponibilizá-los para coleta rotineira da limpeza pública.
                - Bromélias: substitua por outro tipo de planta que não acumule água. Enquanto esta providência for adotada, regar abundantemente com mangueira sob pressão, duas vezes por semana.


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segunda-feira, 21 de abril de 2014

Dicas para cortar despesas em condomínios

               
            Uma das despesas que mais pesam no bolso das pessoas é a habitação. Para quem mora em apartamento, além do custo do aluguel ou parcela do financiamento, ainda existe a despesa com o condomínio, bem alta em alguns casos.

             Como a taxa pode sofrer aumentos devido ao reajuste da água, salário dos funcionários etc., qualquer forma de economia é bem vinda. E ao contrário do que muitos pensam, as ideias para cortar despesas não devem partir apenas do síndico ou administrador, mas também dos moradores.

             A seguir, dicas do especialista em matemática financeira e consultor em finanças, Marcos Crivelaro, para ajudar na redução do valor do condomínio.

Dicas

            Menos funcionários: como as despesas e encargos trabalhistas com funcionários representam metade dos gastos totais dos condomínios, se for possível, peça ao síndico para reduzir o quadro de funcionários e para evitar as horas extras.

             Água e luz: de acordo com Crivelaro, estas despesas representam 20% dos gastos dos edifícios. Desta maneira, é importante que sejam implementadas campanhas para uso racional de água e energia elétrica, além do uso de lâmpadas fluorescentes, sensores de movimento e verificações constantes de possíveis vazamentos nas caixas dágua e nos apartamentos.

              Pesquisa de preços: na aquisição de produtos de limpeza, de manutenção predial e de segurança. Outro ponto importante a ser cobrado do síndico é o controle da entrada e retirada desses materiais, o que evita furtos, desvios ou desperdícios.

              Manutenção preventiva: para evitar problemas como vazamentos e entupimentos de pias e tanques, é necessário que o responsável pelo prédio esteja sempre atento às caixas de gordura e efetue a limpeza regular das caixas d’água e dos filtros de tratamento da água das piscinas.

              Evite pagar multas: o condômino que realizar obras que comprometam a segurança da edificação, que alterem a forma e a cor da fachada, das partes e esquadrias externas ou que causem prejuízos ao sossego, salubridade e segurança, poderá, por deliberação de 3/4 dos condôminos restantes, ter de pagar multa correspondente até o quíntuplo do valor atribuído à contribuição para as despesas condominiais, conforme a gravidade das faltas.

             No caso de atraso no pagamento de condomínio, o devedor ficará sujeito aos juros moratórios convencionados ou, não sendo previstos, os de 1% ao mês e multa de até 2% sobre o débito.

             Reciclagem: separar o lixo para reciclagem, além de ser uma maneira de ajudar o planeta a economizar recursos, pode render algum dinheiro para o condomínio, se os materiais forem vendidos para empresas de reciclagem, por exemplo.

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sexta-feira, 18 de abril de 2014

Dicas para evitar o desperdício de energia nos condomínios

               
               Se alguma lição pode ser tirada da época em que os brasileiros foram obrigados a racionar energia elétrica, há seis anos atrás, é a consciência de que o desperdício, além de pesar no bolso, é o grande vilão da natureza. Apesar de uma maior preocupação nos condomínios, o descuido com relação ao consumo de energia elétrica ainda se faz presente.

                Muitos síndicos ainda encontram resistência dos moradores para implementar mudanças. Nem todos aprovam os gastos com iluminação inteligente e outras iniciativas. O que muitos não sabem é que os sensores de presença, por exemplo, podem gerar economia de até 60%. E mais: o sistema, que utiliza infravermelho para acionar a iluminação ambiente, quando associado a lâmpadas eficientes (compactas ou eletrônicas), podem acarretar em redução do consumo de energia das partes comuns em até 80%.

                Elevadores também são grandes vilões do consumo. Por isso, a diminuição do tempo de uso dos mesmos deve ser considerada. Dica: o síndico pode elaborar uma escala. Em um prédio com dois elevadores (social e de serviço), utiliza-se apenas um por vez. Conforme a conveniência dos moradores, expressa em assembléia-geral, será determinado o período de funcionamento dos equipamentos.

                Mesmo nos condomínios que já substituíram suas lâmpadas comuns pelas econômicas, é possível obter redução do consumo, antecipando o desligamento da iluminação térrea. Por outro lado, pode-se prorrogar um pouco o horário de acendimento das luzes e acender menos circuitos de lâmpadas.

                As áreas de lazer são responsáveis por grande parte do consumo de energia nos condomínios. A sauna é uma das campeãs, por isso recomenda-se estabelecer uso parcial, de acordo com o que tiver sido acordado em assembléia. Bombas de piscina, em condições normais, funcionam durante períodos mais longos do que o necessário para o tratamento da água. É bom ficar de olho.

                Embora as pessoas não se dêem conta, o desperdício de água, em um condomínio, também está diretamente ligado ao consumo de energia elétrica. Isso porque, com o esvaziamento dos reservatórios superiores, torna-se necessário o acionamento freqüente da bomba de recalque para puxar água da cisterna. Aí a conta de luz sobe, com reflexo na cota condominial e no bom humor dos moradores.


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segunda-feira, 14 de abril de 2014

Individualização de hidrômetro e a economia de água

               O assunto nunca esteve tão em pauta entre síndicos, administradores e condôminos. Na busca pela economia na conta de água, a medição do consumo por unidade tem sido a saída adotada por muitos condomínios.

                O consumo de água é um dos maiores vilões do condomínio. Na verdade, a conta de água representa a segunda maior despesa dos condomínios, só perdendo para a folha de pagamento somada aos encargos e obrigações trabalhistas. Além de pesar no bolso, o gasto excessivo de água deve ser combatido por representar uma questão de sobrevivência da humanidade. Não faltam dados para mostrar que a água é um bem finito. Segundo um relatório coordenado pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), se medidas urgentes não forem tomadas para implementar o uso racional dos recursos hídricos, até 7 bilhões de pessoas poderão conviver com a falta de água no ano 2050. Como resolver essa triste equação?

                Para Aurélio Nomura, vereador da cidade de São Paulo, são essenciais o incentivo à economia e ao reuso da água, o aumento da captação da água de chuva e a ampliação da rede de tratamento de esgoto. Ele também acredita, porém, que a medição individualizada em condomínios é um dos caminhos para solucionar a crise no abastecimento de água. “Ela é perfeitamente viável inclusive nas construções antigas. Um levantamento da Agência Nacional de Águas estipula o retorno do investimento entre 10 a 24 meses”, afirma. Aurélio é o autor da Lei 14.018/2005, já aprovada mas não regulamentada, que institui em São Paulo o Programa Municipal de Conservação e Uso Racional da Água em Edificações. A lei prevê a instalação de hidrômetros individuais nas unidades das edificações novas e dá um prazo de 10 anos para as construções antigas se adequarem. São Paulo, assim, acompanha cidades como Recife, Vitória, Niterói e Curitiba, que já têm suas legislações sobre o assunto.

                Nomura enumera alguns dos resultados obtidos em prédios que optaram pela individualização: redução da despesa de água e de energia elétrica (já que diminui o volume de água a ser bombeado no prédio), melhor possibilidade de identificação de vazamentos, redução da inadimplência e do volume de esgoto produzido pelo prédio. Em prédios novos, ainda segundo o vereador, um projeto hidráulico prevendo a medição individualizada pode economizar até 25% no custo da construção.

                Em São Paulo, prédios recém-entregues na Mooca pela CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) dispõem de medição individualizada de água, energia e gás pela tecnologia PLC (Power Line Comunication). Além da medição dos consumos, essa tecnologia permite que sinais de telefonia digital, TV a cabo e internet caminhem pela rede elétrica. “Hoje a leitura da água é feita a distância, na Eletropaulo. Não há necessidade de entrar um leiturista no prédio”, afirma Raphael Pileggi, secretário executivo do Qualihab, comitê de qualidade da CDHU, completando que o sistema representou uma economia de 16% no custo da instalação elétrica dos edifícios.

                O sistema PLC é uma das tecnologias mais inovadoras quando se trata de medição individualizada de água. As informações dos hidrômetros instalados nos apartamentos são transmitidas pela mesma fiação da rede elétrica a um equipamento instalado na área comum. “Os sistemas de medição remota, como o PLC, diminuem um grande problema da individualização, que é o da leitura. Não adianta instalar um hidrômetro que exija que a leitura seja feita dentro do apartamento. O grande diferencial é transmitir as informações do hidrômetro para um ponto central”, sustenta Ferdinando Guerra, consultor para tecnologia de medição individual e remota da Agência Nacional de Águas (ANA).

                Outras possibilidades de leitura remota são: por telemetria (onde a leitura dos hidrômetros é transmitida via placa de celular para um banco de dados e daí seguindo via internet) e por radiofrequência (o hidrômetro emite um sinal de radiofrequência, captado pela antena de um transmissor de rádio; nesse caso, a leitura pode ser feita até mesmo de dentro de um carro, na rua em frente ao edifício). Mais convencional é a leitura do consumo de cada apartamento através de um software. Nesse caso, é preciso instalar novas fiações ligando os hidrômetros ao computador instalado na área comum do condomínio. A síndica Selma Bruni Barbieri optou por esse sistema de instalação. Para conseguir uma significativa economia de água no condomínio onde é síndica, ela já havia tentado, sem sucesso, campanhas de reeducação para o uso consciente da água. “Os moradores me diziam que estavam economizando mas eu não via resultados na conta”, lembra.

                Selma tinha, no entanto, um problema para concretizar a medição individualizada. Cada um dos 18 apartamentos do edifício tem sete prumadas de água. “Foi aprovado em assembléia que faríamos a individualização de três pontos que, juntos, representam cerca de 70% do consumo de cada apartamento. São as prumadas da água quente, da lavanderia e banheiro de empregada e da cozinha”, conta Selma. O consumo das bacias, da água fria e do lavabo não foi individualizado e continua sendo rateado entre os apartamentos. Como o prédio foi construído há seis anos, já possui as bacias com caixas acopladas mais econômicas, que consomem apenas seis litros. Com a individualização, Selma consegue acompanhar, através da leitura mensal que ela mesma faz, se o consumo dos apartamentos está dentro da média. “Certa vez, apenas um ponto de um apartamento detectou 90 m3 de consumo. Era um problema no sensor eletrônico, que logo foi sanado”, conta.

                Mas, quando se trata de individualização o que mais preocupa os síndicos é o transtorno causado pela instalação dos hidrômetros nos apartamentos. “O grande desafio da individualização nos prédios antigos é a obra hidráulica, pois é preciso unificar as prumadas”, explica Ferdinando Guerra, da ANA. Para o engenheiro João Martani, que há cinco anos trabalha com individualização em condomínios, não há possibilidade de individualização sem quebra-quebra. “Mesmo em prédios novos, muitas construtoras deixam o hidrômetro dentro do apartamento, o que nos obriga a realizar uma obra civil para instalar o hidrômetro fora. O ideal é que ele fique num local de fácil acesso e localização para que se realize a leitura”, diz Martani.

                O engenheiro esclarece ainda que, a princípio, todo prédio pode ter sua medição de água individualizada por unidade condominial. “Há prédios em que, pela forma como foi construído e pelo projeto hidráulico, o procedimento é favorecido e facilitado. A complexidade da obra muda conforme as características do prédio”, aponta. Edifícios com válvulas de descarga, por exemplo, têm um impedimento para a medição individualizada. “O hidrômetro não dá vazão de água para que a válvula funcione”, garante Martani. Ele complementa ainda que prédios que, pelo tempo de construção, necessitam de troca de colunas de água, devem considerar a possibilidade de realizar a individualização ao invés das substituições das colunas. “É mais barato individualizar do que trocar as colunas. É colocada uma tubulação nova e a coluna velha deixa de ter função”, afirma.

                Na opinião do síndico Maurício Jovino, individualizar a conta de água não se trata do bicho de sete cabeças que muitos administradores imaginam. “É uma obra muito mais fácil do que diversas outras que os condomínios realizam. É claro que, conforme o tamanho do prédio, trata-se de uma obra gigantesca onde todo cuidado é pouco”, esclarece. O próprio Maurício, para contratar a individualização no condomínio onde é síndico, com sete blocos e 140 unidades, se cercou de todas as precauções. Ele lembra que foram 11 reuniões para tratar do assunto – com o conselho, os moradores de cada torre, as empresas consultadas. “Vejo muitos síndicos se aventurando com empresas despreparadas e depois acabam condenando a individualização. É preciso pesquisar muito, investir tempo no assunto e escolher uma empresa séria, que dê garantia e tenha um engenheiro responsável”, resume. Feito o serviço, surge ainda a questão de quem realizará a medição. Maurício é favorável a terceirizar essa tarefa para uma empresa especializada, geralmente a mesma que instalou o sistema: “É preferível do que querer economizar com uma taxa que cobre inclusive uma eventual assistência técnica.”

                Maurício dedicou um ano estudando o tema: foi a workshops, palestras, visitou síndicos que já tinham individualizado, consultou advogados. Hoje, quase três anos depois, ele não poderia estar mais satisfeito com o resultado. A conta de água, que chegou a R$ 8 mil a três anos, hoje está em R.800. “A individualização gera economia porque dói no bolso e também porque é possível detectar vazamentos rapidamente”, avalia. Para Maurício, a conta individual também traz justiça. No seu caso, há apartamentos de dois e três dormitórios no condomínio. “O de três pagava mais água, mas nem sempre tinha mais moradores”, completa. Outro detalhe que Maurício considera essencial: sempre aprovar a obra de individualização de água em assembleia, com 2/3 de quorum.

Cortar ou não cortar, eis a questão.

                Além do custo que a conta de água significa para o condomínio, outro atrativo tem movido muitos síndicos para a obra da medição individualizada de consumo: a possibilidade de corte da água dos inadimplentes. Muitos acreditam que basta atualizar a convenção do condomínio para legalizar o corte, e discriminar a despesa com água separadamente no próprio boleto do condomínio, economizando com a emissão de um novo boleto.

                Há opiniões que julgam a questão um pouco mais complicada. Para o advogado e consultor jurídico condominial Cristiano De Souza Oliveira, a partir do momento em que o condomínio passa a administrar a leitura da água e intermediar o serviço, podendo cortar o consumo, muda a relação jurídica entre condomínio e condômino para uma relação de consumo, portanto regida pelo Código de Defesa do Consumidor. “Pelo Código, o consumidor tem direito de escolher a data do pagamento. Recomendo, portanto, que a água seja cobrada separadamente e que o corte seja feito com autorização judicial”, diz.

                Outro aspecto levantado por Cristiano é quanto a característica de parte comum dada à rede de distribuição de água, esgoto, gás e eletricidade, segundo o artigo 1331, parágrafo 2º do Código Civil. “Se a rede de distribuição de água é parte comum, não há o que se falar em corte, pois é propriedade do condômino, ainda que possua deliberação em assembleia ou definição na convenção condominial”, afirma. 

Para Cristiano, todos os cuidados devem ser tomados para que o condomínio não seja lesado, no caso de contestação e até mesmo ação judicial por perdas e danos pelo condômino inadimplente. “Inadimplência e proibições de uso ou corte de consumo são situações diversas. Aconselho o condomínio a levar o caso ao Poder Judiciário, cobrando a dívida judicialmente e requerendo, em caráter liminar ou de tutela antecipatória, o corte de consumo”, justifica.
Fonte: Revista Direcional Condomínios

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sexta-feira, 11 de abril de 2014

Hidrômetro individual reduz conta em 25%

               
A medição individualizada de água em condomínios pode gerar uma economia de 25%, em média, no consumo de água. Além da redução de gastos, a troca de hidrômetros coletivos por individuais também resolve um dos problemas mais comuns em condomínios e prédios de apartamentos e escritórios: o corte do fornecimento de todo o edifício por conta da inadimplência de alguns condôminos.
                João Marcelo Macedo, síndico de um prédio na zona Norte de Teresina, falou que já houve muitos problemas, brigas e até a polícia foi chamada para conter os ânimos dos moradores em casos de corte de água por conta da inadimplência de parte dos condôminos. "Num prédio com 40 apartamentos, se a metade não paga a conta, a administração não tem como quitar todo o débito. Assim, para a Agespisa, que mede o consumo através de um único hidrômetro (coletivo), o prédio está inadimplente e, portanto, sujeito ao corte", conta.
                Marcelo Macedo desabafa e relata que, desde que assumiu a função de síndico, há 1 ano e meio, sofreu muitos problemas. "Infelizmente, tem gente que não paga a conta porque não pode, mas insiste em querer morar em prédios de classe média. E tem outros que não pagam porque não gostam mesmo", comenta.
                Para tentar resolver o problema, Marcelo participou do curso da Agespisa e espera conseguir convencer os moradores a mudarem o sistema de medição coletiva para individual. "Já tenho o orçamento de uma empresa. Dá cerca de R$ 10 mil rateados entre os moradores. Pode parecer caro, mas o benefício é para sempre. Vai ser mais justo: quem pagar a conta em dia não será submetido ao corte, o que ocorrerá com os inadimplentes", conta.
                Todo o condomínio tem que aceitar, despesa é rateada entre todos os moradores.
                Embora haja vantagens, mudar o sistema de medição coletiva para individual não é tão simples. Os moradores de condomínios têm que pagar do próprio bolso a mudança. "É necessário contratar um engenheiro com registro do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA) para saber da viabilidade da mudança, pois cada prédio é um caso", informa Alcides Eulálio, engenheiro técnico da Agespisa.
                Além da parte técnica, é necessário também o consentimento de todos os moradores do prédio ou condomínio, sem exceção. "Num edifício onde há 20 apartamentos, se um único morador não quiser, a mudança não poderá ser feita", explica Alcides.
                Mesmo assim, o sistema traz mais vantagens do que desvantagens. A principal delas é que permite ao consumidor pagar apenas pelo que realmente consumiu. Na forma utilizada atualmente pela maioria dos condomínios, o consumo é rateado em valores iguais entre os moradores. Neste caso, o desperdício de uns é pago por todos.
                Há três anos, a Agência Nacional de Águas vem promovendo cursos em todo o país, sempre em parceria com as companhias de saneamento estaduais e entidades locais. A idéia de medição individual nasceu no Recife, na década de 90, e foi espalhando-se pelas capitais do Brasil, mas a maioria absoluta das moradias de condôminos tem medição coletiva. "Algumas cidades  já têm mais de 50% dos edifícios com o novo hidrômetro, através de adaptação", diz Eduardo Felipe Cavalcanti, especialista em recursos hídricos da ANA.
                Em Teresina, alguns condomínios já têm medição individualizada e a maioria dos novos projetos de edifícios contempla o novo sistema. Eles atendem a uma lei municipal que permite a instalação de hidrômetros individuais em vez de coletivos.

RENASCER ADMINISTRAÇÃO CONDOMINIAL. 

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Atribuições da administradora de condomínios

Quais tipos de serviços são de responsabilidade da empresa

Confira abaixo uma lista com atribuições gerais que competem à uma administradora de condomínios.Vale ressaltar que os tipos de serviços prestados devem estar previstos em contrato e isso pode variar de caso para caso.

GESTÃO ADMINISTRATIVA

1.     Gerenciamento dos arquivos documentais
2.     Controle do cadastro de proprietários.
3.     Atendimento (pessoal/telefônico) de condôminos com fornecimento de informações, soluções de problemas, etc.. 
4.     Disponibilização de banco de dados na INTERNET (serviço geralmente cobrado à parte).
5.     Controle dos mandatos do Corpo Diretivo – Síndico e Conselho Consultivo.
6.     Serviço de malote para a retirada e entrega de correspondência no próprio Condomínio.
7.     Assessoria às reuniões do Corpo Diretivo (quando realizadas fora do horário de expediente da empresa será cobrada à parte).
8.     Emissão e distribuição de cartas, circulares, editais de convocação e atas das assembleias Gerais.
9.     Presença nas assembleias (qualificação e controle das presenças, esclarecimento de dúvidas e redação das respectivas atas) – serviço geralmente cobrado à parte.
10.  Transcrição das atas no Livro próprio e registro no Cartório de Títulos e Documentos
11.  Coleta de orçamentos de obras e serviços que se fizerem necessários
12.  Atendimento a fornecedores de materiais e serviços
13.  Elaboração das planilhas de concorrência e acompanhamento financeiro das obras e serviços
14.  Gerenciamento do seguro de incêndio (obrigatório) e de responsabilidade civil (controle do vencimento da apólice, coleta das propostas para a renovação, análise e encaminhamento das mesmas ao Síndico para a deliberação)
15.  Acompanhamento da liqüidação de sinistros.
16.  Gestão da situação/manutenção dos equipamentos de segurança, levando-se em conta as normas do Corpo de Bombeiros, a legislação municipal (CONTRU) e as normas técnicas da ABNT, a saber:

o    validade e renovação do AVCB – Atestado de Vistoria do Corpo de Bombeiros
o    certificado de Manutenção emitido pelo CONTRU (edifícios comerciais)
o    vencimento das cargas dos extintores de incêndio;
o    testes hidrostáticos dos extintores
o    hidrantes e registro de recalque do Corpo de Bombeiros
o    formação e treinamento da brigada de prevenção e combate à incêndio
o    sinalização de segurança
o    sistema de alarme
o    sistema de iluminação de emergência
o    grupo gerador de energia elétrica
o    sistema de detecção de fumaça
o    portas corta-fogo
o    corrimãos
o    escada de emergência e rotas de fuga
o    sistema de pára-raios (medição ôhmica e abrangência do sistema)
o    instalações elétricas e controle de demanda das cargas instaladas
o    sistema de sprinklers
o    aplicação da legislação municipal referente aos deficientes físicos
 
17.  Controle/emissão de gráficos referente aos consumos de água/esgotos, de energia elétrica e de gás (são anexados às pastas mensais de prestações de contas).
18.  Administração de locações de espaços/áreas comuns do edifício (lajes de cobertura, fachadas, etc.) – serviço cobrado à parte na base de 5% da receita auferida pelo Condomínio.
19.  Controle e atualização do CNPJ do Condomínio. Eventual regularização decorrente de problemas incidentes em gestão anterior a nossa, será cobrada à parte, com preço submetido à prévia concordância do Síndico.
20.  Gestão dos contratos de conservação e de manutenção:
a) elevadores 
b) porteiros eletrônicos
c) centrais telefônicas
d) antenas coletivas
e) áreas ajardinadas
f) portões automáticos
g) conjunto moto-bombas
h) aquecimento central
i) ar condicionado central
 
21.  Gestão de contratos de prestação de serviços terceirizados:
a) serviços de vigilância patrimonial
b) monitoramento de segurança 24 horas e sistema de proteção perimetral
c) serviços de limpeza 
d) serviços de portaria
 
22.  Vistoria técnica periódica nas instalações e áreas comuns com emissão de relatórios, ilustrado com fotos quando for necessário. As vistoria são realizadas sem nenhum ônus para o Condomínio através da nossa associada Techview Engenharia. 
23.  Assessoria nas áreas de engenharia, arquitetura, paisagismo e decoração. Como essa assessoria é terceirizada, a elaboração de projetos ficará sujeira à provação prévia do respectivo orçamento.
24.  Controle dos acessos (emissão de crachás, livros de anotações, etc.).
25.  Controle da manutenção das áreas de recreação: salão de festas, salão de jogos, piscinas, salão de ginástica, home theater, quadras poliesportivas, pistas de corrida, etc.
26.  Controle e cobrança dos alugueis pelo uso do salão de festas, de churrasqueira, gazebo, etc.
27.  Diligências junto à concessionárias de serviços públicos, cartórios e repartições públicas para obtenção de parcelamentos, certidões, etc. – serviço geralmente cobrado à parte


GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS
(para funcionários não terceirizados)

1.     Recrutamento de funcionários
2.     Seleção de funcionários com pesquisa cadastral
3.     Admissão e procedimentos de registro
4.     Contrato de experiência.
5.     Treinamento de funcionários - interno e externo – com realização de cursos, palestras, etc.
6.     Atualização das fichas de registro dos funcionários
7.     Atualização das carteiras profissionais
8.     Preenchimento de declarações para fins de concessão de aposentadoria
9.     Preenchimento da Relação de Salários Contribuição para fins de concessão de benefícios
10.  Preenchimento de Atestado de Afastamento do Trabalho para fins de concessão de auxílio doença
11.  Preenchimento da CAT – Comunicação de Acidente do Trabalho para fins de concessão de auxílio acidente.
12.  Formalização de advertências disciplinares
13.  CAGED – Cadastro Geral de Empregados e Desempregados
14.  Confecção/atualização do quadro de horário de trabalho
15.  Escala de revezamento e de férias – elaboração e controle
16.  Salário-família – controle/concessão
17.  Controle das horas extraordinárias com elaboração de crachá de ponto e controle do sistema de ponto-eletrônico
18.  Elaboração da folha de pagamento
19.  Emissão dos comprovantes de pagamento dos salários
20.  Controle dos cartões salários para saque em quiosques 24 horas
21.  Elaboração da folha de pagamento do 13º salário
22.  Elaboração e recolhimento das guias de INSS (GPS)
23.  Obtenção de CND – Certidão Negativa de Débitos com INSS
24.  Elaboração e recolhimento das guias de FGTS – GFIP e SEFIP
25.  Obtenção de CRF – Certificado de Regularidade de Situação do FGTS perante à Caixa Econômica Federal
26.  Conectividade social – inscrição e acompanhamento junto à Caixa Econômica Federal
27.  Retenção e recolhimento de contribuições sindicais – patronal e dos empregados
28.  PIS – cadastramento de novos funcionários
29.  PIS – elaboração das guias e recolhimento
30.  Emissão dos informes de rendimentos
31.  Pesquisa cadastral dos funcionários – serviços terceirizados e cobrados à parte
32.  Livro de inspeção trabalhista
33.  Aquisição e controle de uniformes
34.  Rescisões dos contratos de trabalho – planilha de cálculo, emissão de recibos e guias
35.  Homologação das rescisões dos contratos no Sindicato de classe ou na DRT (reembolso de despesas objeto de cobrança em separado).
36.  RAIS – Relação Anual de Informações Sociais (serviço especial que é cobrado em separado com base no Referencial de Serviços Especiais da (AABIC).
37.  Recolhimento de Imposto de Renda retido na fonte dos funcionários.
38.  DIRF – Declaração de Imposto de Renda retido na fonte (cobrado à parte com base no Referencial da AABIC).
39.  Controle dos seguros de vida – para suprir exigência da convenção coletiva de trabalho.
40.  Aquisição e distribuição de cestas básicas – atendimento à convenção coletiva de trabalho.
41.  Inscrição/renovação do Condomínio no PAT – Programa de Alimentação do Trabalhador
42.  Vale alimentação/refeição.
43.  Controle, aquisição e distribuição de vales transporte.
44.  Convênio de assistência médica.
45.  Convênio de assistência odontológica.
46.  CIPA – Atendimento à NR-5.
47.  EPI – Atendimento à NR-6.
48.  PCMSO – Atendimento à NR-7 – serviço terceirizado e cobrado em separado..
49.  PPRA – Atendimento à NR-9 – serviço terceirizado e cobrado em separado.
50.  PPP – Perfil Profissiográfico Previdenciário – serviço terceirizado e cobrado em separado
51.  LTCAT – Laudo Técnico das Condições do Ambiente de Trabalho – serviço terceirizado e cobrado em separado.

 
GESTÃO FINANCEIRA

1.     Elaboração e acompanhamento das previsões orçamentárias.
2.     Elaboração do quadro de rateio das despesas.
3.     Emissão dos recibos/boletos bancários.
4.     Controle dos pagamentos das cotas condominias – conferência das baixas relacionadas pelo Banco.
5.     Cobrança administrativa de devedores – via carta e telefonemas.
6.     Emissão de Declaração Negativa de Débitos Condominiais.
7.     Contas a pagar – controle dos vencimentos e emissão de cheques para a liquidação dos pagamentos.
8.     Quitação dos pagamentos no próprio caixa, via bancos ou on line.
9.     Conciliação da conta bancária.
10.  Gestão tributária – cálculo para aplicação das alíquotas, retenção e recolhimento do PIS, COFINS, CSLL, ISS, INSS e IRF.
11.  Armazenamento de dados, inclusive controle da cumulatividade, para as informações anuais dos recolhimentos de PIS, COFINS e CSLL.
12.  Prestação de contas mensais – contas ordinária, undo de reserva, fundo de obras, fundo de custeio do 13º salário, etc., com elaboração de demonstrativos de pagamentos de despesas e de recebimentos das cotas, dos devedores de cotas e balancete geral contendo a posição financeira do mês.
13.  Confecção das pastas de prestação de contas mensais.
14.  Controle da remessa e devolução das respectivas pastas.
15.  Elaboração das respostas às dúvidas e comentários consignados pelo Corpo Diretivo nos Termos de Verificação de Contas que capeia a prestação de contas.
16.  Elaboração de balancetes anuais para apresentação na assembleia Geral Ordinária.
17.  Disponibilização dos balancetes e demais demonstrativos financeiros na INTERNET.
18.  Gestão dos contratos coletivos de TV por assinatura – conferência das faturas, cobrança e controles das baixas.
19.  Gestão da conta corrente bancária exclusiva do Condomínio.
20.  Acompanhamento dos investimentos feitos pelo Condomínio no mercado financeiro.
21.  Obtenção de Certidão Negativa de Débitos de Tributos e Contribuições Federais.

GESTÃO DE ASSUNTOS JURÍDICOS
1.     Atualização permanente da legislação que envolve a administração de Condomínios
2.     Consultoria tributária, fiscal e trabalhista.
3.     Emissão de notificações extra-judiciais e judiciais – serviço cobrado em separado.
4.     Assessoria na alteração da Convenção de Condomínio – cobrado à parte.
5.     Assessoria na elaboração de Regimentos Internos.
6.     Assessoria na assinatura de contratos de prestação de serviços, de terceirização, de locação de espaços, etc..
7.     Ações e acompanhamento da cobrança judicial dos devedores de cotas – serviço cobrado em separado.
8.     Emissão de relatórios periódicos abrangendo o andamento das ações.
9.     Acompanhamento das ações trabalhistas, cíveis e tributárias – serviço cobrado em separado.
10.  Acompanhamento das ações propostas em Juizados Especiais – serviço cobrado em separado.

Fonte: Espaço AABIC - SíndicoNet