sexta-feira, 11 de abril de 2014

Hidrômetro individual reduz conta em 25%

               
A medição individualizada de água em condomínios pode gerar uma economia de 25%, em média, no consumo de água. Além da redução de gastos, a troca de hidrômetros coletivos por individuais também resolve um dos problemas mais comuns em condomínios e prédios de apartamentos e escritórios: o corte do fornecimento de todo o edifício por conta da inadimplência de alguns condôminos.
                João Marcelo Macedo, síndico de um prédio na zona Norte de Teresina, falou que já houve muitos problemas, brigas e até a polícia foi chamada para conter os ânimos dos moradores em casos de corte de água por conta da inadimplência de parte dos condôminos. "Num prédio com 40 apartamentos, se a metade não paga a conta, a administração não tem como quitar todo o débito. Assim, para a Agespisa, que mede o consumo através de um único hidrômetro (coletivo), o prédio está inadimplente e, portanto, sujeito ao corte", conta.
                Marcelo Macedo desabafa e relata que, desde que assumiu a função de síndico, há 1 ano e meio, sofreu muitos problemas. "Infelizmente, tem gente que não paga a conta porque não pode, mas insiste em querer morar em prédios de classe média. E tem outros que não pagam porque não gostam mesmo", comenta.
                Para tentar resolver o problema, Marcelo participou do curso da Agespisa e espera conseguir convencer os moradores a mudarem o sistema de medição coletiva para individual. "Já tenho o orçamento de uma empresa. Dá cerca de R$ 10 mil rateados entre os moradores. Pode parecer caro, mas o benefício é para sempre. Vai ser mais justo: quem pagar a conta em dia não será submetido ao corte, o que ocorrerá com os inadimplentes", conta.
                Todo o condomínio tem que aceitar, despesa é rateada entre todos os moradores.
                Embora haja vantagens, mudar o sistema de medição coletiva para individual não é tão simples. Os moradores de condomínios têm que pagar do próprio bolso a mudança. "É necessário contratar um engenheiro com registro do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA) para saber da viabilidade da mudança, pois cada prédio é um caso", informa Alcides Eulálio, engenheiro técnico da Agespisa.
                Além da parte técnica, é necessário também o consentimento de todos os moradores do prédio ou condomínio, sem exceção. "Num edifício onde há 20 apartamentos, se um único morador não quiser, a mudança não poderá ser feita", explica Alcides.
                Mesmo assim, o sistema traz mais vantagens do que desvantagens. A principal delas é que permite ao consumidor pagar apenas pelo que realmente consumiu. Na forma utilizada atualmente pela maioria dos condomínios, o consumo é rateado em valores iguais entre os moradores. Neste caso, o desperdício de uns é pago por todos.
                Há três anos, a Agência Nacional de Águas vem promovendo cursos em todo o país, sempre em parceria com as companhias de saneamento estaduais e entidades locais. A idéia de medição individual nasceu no Recife, na década de 90, e foi espalhando-se pelas capitais do Brasil, mas a maioria absoluta das moradias de condôminos tem medição coletiva. "Algumas cidades  já têm mais de 50% dos edifícios com o novo hidrômetro, através de adaptação", diz Eduardo Felipe Cavalcanti, especialista em recursos hídricos da ANA.
                Em Teresina, alguns condomínios já têm medição individualizada e a maioria dos novos projetos de edifícios contempla o novo sistema. Eles atendem a uma lei municipal que permite a instalação de hidrômetros individuais em vez de coletivos.

RENASCER ADMINISTRAÇÃO CONDOMINIAL. 

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