João
Marcelo Macedo, síndico de um prédio na zona Norte de Teresina, falou que já
houve muitos problemas, brigas e até a polícia foi chamada para conter os
ânimos dos moradores em casos de corte de água por conta da inadimplência de
parte dos condôminos. "Num prédio com 40 apartamentos, se a metade não
paga a conta, a administração não tem como quitar todo o débito. Assim, para a
Agespisa, que mede o consumo através de um único hidrômetro (coletivo), o
prédio está inadimplente e, portanto, sujeito ao corte", conta.
Marcelo
Macedo desabafa e relata que, desde que assumiu a função de síndico, há 1 ano e
meio, sofreu muitos problemas. "Infelizmente, tem gente que não paga a
conta porque não pode, mas insiste em querer morar em prédios de classe média.
E tem outros que não pagam porque não gostam mesmo", comenta.
Para
tentar resolver o problema, Marcelo participou do curso da Agespisa e espera
conseguir convencer os moradores a mudarem o sistema de medição coletiva para
individual. "Já tenho o orçamento de uma empresa. Dá cerca de R$ 10 mil
rateados entre os moradores. Pode parecer caro, mas o benefício é para sempre.
Vai ser mais justo: quem pagar a conta em dia não será submetido ao corte, o
que ocorrerá com os inadimplentes", conta.
Todo
o condomínio tem que aceitar, despesa é rateada entre todos os moradores.
Embora
haja vantagens, mudar o sistema de medição coletiva para individual não é tão
simples. Os moradores de condomínios têm que pagar do próprio bolso a mudança.
"É necessário contratar um engenheiro com registro do Conselho Regional de
Engenharia e Arquitetura (CREA) para saber da viabilidade da mudança, pois cada
prédio é um caso", informa Alcides Eulálio, engenheiro técnico da
Agespisa.
Além
da parte técnica, é necessário também o consentimento de todos os moradores do
prédio ou condomínio, sem exceção. "Num edifício onde há 20 apartamentos,
se um único morador não quiser, a mudança não poderá ser feita", explica
Alcides.
Mesmo
assim, o sistema traz mais vantagens do que desvantagens. A principal delas é
que permite ao consumidor pagar apenas pelo que realmente consumiu. Na forma utilizada
atualmente pela maioria dos condomínios, o consumo é rateado em valores iguais
entre os moradores. Neste caso, o desperdício de uns é pago por todos.
Há
três anos, a Agência Nacional de Águas vem promovendo cursos em todo o país,
sempre em parceria com as companhias de saneamento estaduais e entidades
locais. A idéia de medição individual nasceu no Recife, na década de 90, e foi
espalhando-se pelas capitais do Brasil, mas a maioria absoluta das moradias de
condôminos tem medição coletiva. "Algumas cidades já têm mais de 50% dos edifícios com o novo
hidrômetro, através de adaptação", diz Eduardo Felipe Cavalcanti,
especialista em recursos hídricos da ANA.
Em
Teresina, alguns condomínios já têm medição individualizada e a maioria dos
novos projetos de edifícios contempla o novo sistema. Eles atendem a uma lei
municipal que permite a instalação de hidrômetros individuais em vez de
coletivos.
RENASCER
ADMINISTRAÇÃO CONDOMINIAL.
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